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    Conversa com Sérgio Machado não traz nada ilegal, diz advogado de Jucá

    DE BRASÍLIA

    23/05/2016 02h00

    O advogado do ministro do Planejamento, Romero Jucá (Planejamento), Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou neste domingo (22) que seu cliente "jamais pensaria em fazer qualquer interferência" na Operação Lava Jato "porque essa não é a postura dele".

    O ministro também negou ter mantido reunião com qualquer integrante do Supremo Tribunal Federal para tratar do assunto levantado pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que pediu apoio para seu caso não ser transferido para Curitiba (PR).

    "O presidente Temer já disse, evidentemente, o apoio absoluto à Lava Jato. Nós advogados [também]. Eu sou um crítico da Lava Jato, mas tenho certeza absoluta da necessidade desse trabalho", afirmou Kakay.

    Em seu primeiro discurso após assumir a Presidência de forma interina, Temer defendeu que a Lava Jato não sofra interferências que possam enfraquecê-la.

    O defensor de Jucá disse que o ministro confirmou ter conversado pessoalmente com Sérgio Machado, que o procurou porque estava "preocupado com uma série de questões", mas que conversaram sobre os assuntos "de uma forma geral".

    "Governo nenhum mudará nada em relação à Lava Jato no Poder Judiciário. Infelizmente, no meu ponto de vista, o Ministério Público e a Polícia Federal são completamente independentes", disse o defensor, que critica excessos das investigações.

    Sem ter tido acesso às gravações, Kakay comentou que "o fato de um cidadão se preocupar com o andar de investigações, conversando privadamente, fazendo questionamentos e críticas, não configura nada de ilegal ou imoral". "Quando você está conversando na vida privada, com amigos ou com alguém da sua relação, você faz às vezes observações mais fortes. Não vejo nenhuma ilegalidade", completou o advogado.

    "Nós vivemos um momento extremamente grave na vida brasileira, em que tudo é gravado, tudo é exposto, e tudo é interpretado de forma descontextualizada, muitas vezes. É normal que duas pessoas conversem e falem sobre preocupações do que vai acontecer numa investigação. Não vejo nada, sob o prisma jurídico, que seja preocupante", disse o advogado.

    Sérgio Machado foi procurado desde a semana passada, mas não foi localizado. Foram deixados recados em um escritório e na secretária eletrônica de um celular por ele utilizado. Em depoimento à Polícia Federal, Machado negou quaisquer irregularidades na sua gestão à frente da Transpetro. Também negou ter pago R$ 500 mil ao delator Paulo Roberto Costa.

    Jucá também sempre negou qualquer participação nos esquemas investigados pela Lava Jato.

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