Abed Al Hashlamoun/Efe | ||
A cidade de Hebron, na Cisjordânia, onde colonos judeus ocuparam casas com apoio do Exército |
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Mundo
Thursday, 25-Apr-2024 03:32:38 -03EUA se abstêm e ONU aprova fim de novos assentamentos na Palestina
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
23/12/2016 17h52 - Atualizado às 20h44
O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta sexta (23) uma resolução que condena a colonização israelense em territórios palestinos. O texto afirma que os assentamentos judaicos não têm validade legal e exige que Israel ponha fim à construção de novas colônias.
A aprovação só foi possível graças à posição inédita dos Estados Unidos, aliados históricos de Israel, que se abstiveram na votação. Por serem um dos membros permanentes do conselho, juntamente com China, Rússia, Reino Unido e França, os americanos têm poder de veto.
Essa é a primeira resolução que o Conselho de Segurança adota em relação às questões Israel-Palestina em quase oito anos.
Segundo a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, os assentamentos comprometem a segurança de Israel. "Os EUA têm enviado a mensagem de que os assentamentos precisam ter fim por quase cinco décadas", disse após a votação.
Para Power, a expansão israelense não é compatível com uma solução viável do conflito que compreenda a existência concomitante de um Estado judeu e de outro palestino.
Comemorada pelo líder palestino Mahmoud Abbas, a resolução foi condenada pelo governo israelense.
"Israel rejeita esta vergonhosa resolução anti-israelense na ONU e não vai tolerar seus termos", disse um comunicado emitido pelo gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
A atitude da diplomacia americana foi duramente criticada pelas autoridades israelenses. Um ministro chegou a dizer que os Estados Unidos haviam "abandonado seu único amigo no Oriente Médio".
Kevin Lamarque-1.out.2014/Reuters O primeiro-ministro israelense, Binjamin Netanyahu, em visita a Obama na Casa Branca Em nota, Netanyahu afirmou que o governo de Obama não só falhou em proteger Israel como também conspirou contra o país.
"Israel aguarda com expectativa a oportunidade de trabalhar com o presidente eleito Trump e com todos os nossos aliados no Congresso, republicanos e democratas, para anular os danosos efeitos desta absurda resolução", afirma o texto.
A gestão do presidente Barack Obama é marcada pelo afastamento de Israel, com quem os americanos historicamente mantêm relações de grande proximidade.
Um dos pontos de discordância foi o acordo nuclear com o Irã, firmado em julho e considerado um marco da gestão Obama. No início de 2015, a contragosto da Casa Branca, Netanyahu discursou no Congresso americano e disse que o acordo punha em risco a segurança de Israel.
TRUMP REAGE
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou a abstenção americana. Pelas redes sociais, Trump afirmou que, a partir de 20 de janeiro, data de sua posse, as coisas serão diferentes na ONU.
Em atitude coordenada com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, Trump tentou, sem sucesso, pressionar a diplomacia de Obama a vetar a resolução.
Chegou também a telefonar para o presidente do Egito, Abdul Fatah Al-Sisi, logo após o país, autor da proposta, adiar a votação, prevista para a quinta (22). Ficou acordado que os dois países "dariam uma chance" para que o futuro governo Trump tentasse encontrar soluções para o conflito entre Israel e Palestina. A votação, entretanto, foi adiante.
Trump tem sido criticado por associações pró-Palestina pela indicação de seu embaixador em Israel. David Friedman, um advogado judeu sem experiência diplomática, é favorável aos assentamentos.
Friedman causou polêmica ao afirmar que pretende se instalar em Jerusalém, e não em Tel Aviv, onde está localizada a embaixada americana.
A cidade de Jerusalém, um dos principais pontos de disputa entre palestinos e israelenses, não é reconhecida pelos EUA nem pela maior parte da comunidade internacional como a capital de Israel.
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