Para o Papa Francisco, o futuro da Igreja está na Ásia. A afirmação foi dada ao Arcebispo de Manila, Filipinas, Cardeal Luis Antonio Tagle, no Vaticano. Segundo a Rádio Vaticano, o Arcebispo de Manila revelou esta declaração do Pontífice durante uma conferência organizada pelo Pontifício Ateneu para a Filosofia, Teologia e Direito Canônico de Bangalore, sul da Índia.

Cardeal Tagle foi eleito Presidente da Caritas Internationalis e da Federação Bíblica Católica neste ano. Ele solicitou uma audiência com o Santo Padre para pedir a remoção dos cargos aos quais foi designado, mas Francisco negou o pedido, explicando que deseja confiar tais funções a um asiático, uma vez que neste continente considera estar o futuro da Igreja.

O Arcebispo sublinhou que tal afirmação do Pontífice não se confira como uma questão de honra, mas sim uma grande responsabilidade e missão que devem assumir com seriedade. Por isso, disse aos participantes da conferência que a Igreja Católica na Ásia buscará contribuir para a Igreja mundial com reflexão, pesquisa e obras.

Para o Cardeal Tagle, a Igreja está se deslocando sempre mais em direção à Ásia, África e Oceania. Ele observou que os locais de grande sofrimento e dor estão se tornando um centro de gravidade da vida e reflexão da Igreja.

Uma pesquisa do Centro de Investigação Aplicada no Apostolado (CARA, na sigla em inglês) da Universidade de Georgetown, divulgada pelo Grupo ACI, mostrou que a Igreja experimenta uma diminuição do número de católicos no centro histórico da Europa, depois passa por uma desaceleração na América e na Oceania, mas seu auge está concentrado na Ásia e na África.

Os dados da pesquisa apontaram a Ásia como líder na participação sacramental, superando todas as outras regiões nas taxas de primeiras comunhões, crismas e matrimônios. O levantamento indicou ainda que, com exceção da China continental, sobre a qual o Vaticano não proporcionou dados, a população católica na Ásia aumentou em aproximadamente 63% desde 1980.

No que diz respeito à China continental, recentemente, os seus seis Seminários Maiores encerraram o ano acadêmico conferindo o bacharelado a 79 seminaristas que concluíram o primeiro ciclo de estudos.

Após a conclusão do ano escolar e a entrega dos diplomas, os seminaristas foram destinados às Paróquias e às diversas comunidades, para colaborar nas atividades pastorais e nos diversos serviços realizados pela Igreja. Segundo a Agência Fides, 28 deles pertencem ao Seminário Nacional, 16 ao Seminário de He Bei, 8 ao Seminário da China Central e meridional, 15 ao Seminário de Shen Yang, 9 ao Seminário de Shaan Xi, 3 ao Seminário de Pequim. Os Seminários de Ji Lin e de Si Chuan não tiveram este ano estudantes diplomados.

A partir deste ano, o Estado passa a reconhecer a validade, para efeitos civis, do certificado de bacharelado emitido pelos Seminários católicos, o que permitirá a inserção no mundo acadêmico daqueles que desejam prosseguir os estudos de matérias pertinentes ao ministério pastoral, nas universidades estatais. Ao mesmo tempo, os jovens que seguiram estudos no seminário e mais tarde, após um discernimento, escolheram por não prosseguir o caminho para o sacerdócio, poderão mais facilmente inserir-se na sociedade, possuindo um título de estudo superior reconhecido.

Além destes seis seminários, na China também existe outros locais autorizados pelos Bispos fiéis à Santa Sé para a formação de seminaristas, e posteriormente sacerdotes, religiosos e religiosas.

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