Maços de dinheiro jogados de prédio durante operação da PF no Recife (Foto: Reprodução/PF)
O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco recomendou à Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) a exoneração dos servidores e empregados envolvidos nas investigações da Operação Pulso da Polícia Federal (PF). A decisão atinge o ex-presidente da companhia Rômulo Maciel Filho, afastado do cargo desde dezembro do ano passado. Se o pedido for cumprido, ele deixará de fazer parte do quadro de funcionários da empresa.
A recomendação, publicada nesta quarta-feira (14) no site do MPF, foi assinada pela procuradora da República Sílvia Regina Pontes Lopes, que deu um prazo de dez dias para a Hemobrás responder se acata a decisão. Deflagrada em dezembro do ano passado, a Operação Pulso apura um suposto esquema de fraude em licitações e contratos firmados pela empresa, que pode ter contado com a participação do ex-presidente.
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Além de Rômulo Filho, outros dois ex-diretores da companhia – Marisa Peixoto Veloso Borges, gerente da Gestão de Plasma e Hemorivados de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, e Guy Joseph Victor Bruere, que exerceu a mesma função entre março de 2014 e abril de 2015 – são alvos da operação da PF. Também estão sendo investigados os empresários Fernando Luft, Juliana Cunha Siqueira Leite e Delmar Siqueira Rodrigues.
Segundo o documento, o objetivo da recomendação é impedir que os suspeitos tentem atrapalhar o andamento do inquérito por meio da intimidação de testemunhas ou destruição de provas. Caso a Hemobrás não cumpra a solicitação, o MPF poderá entrar com uma ação na Justiça contra a empresa. Por meio de nota, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) informou que está cumprindo a recomendação e reforçou sua disposição na colaboração com as investigações.
Entenda o caso
Rômulo Maciel Filho foi dispensado da presidência da estatal pelo então presidente interino Michel Temer, no dia 4 do mês passado. Ele já tinha sido afastado em dezembro de 2015 por ser um dos alvos da Operação Pulso, deflagrada pela Polícia Federal para apurar operações financeiras suspeitas envolvendo a direção da empresa e doações para campanhas políticas.
No dia da operação, pacotes com dinheiro foram arremessados do alto do prédio onde Maciel Filho mora, na área central do Recife. Após a dispensa, funcionários da estatal fizeram um protesto, no bairro do Pina, Zona Sul da cidade, pedindo a exoneração dele. Um dia antes da dispensa, a defesa de Rômulo Filho chegou a afirmar que ele reassumiria o cargo.
