A crise financeira que o Estado do Piauí atravessa com arrocho nas contas públicas e com greves sendo retaliadas pela Justiça e pelo Governo que não consegue pagar pouco mais de dois salários mínimos aos professores não é algo novo e já foi motivo de demissão de milhares de servidores estaduais no passado.
Porém, um plano mal elaborado para justar as contas é um risco de provocar algo pior para as contas públicas no futuro. Já são mais de 15 anos, mas, o Programa de Demissão Voluntária do governo Mão Santa ainda gera dor de cabeça a muita gente e prejuízos aos cofres públicos com pagamento de indenizações, gastos com assessoria jurídica, além de ter que readmitir muitos dos demitidos.
No início do ano, a Secretaria de Administração do Estado foi obrigada a cumprir uma decisão do STF que determinou o retorno de 20 servidores estaduais que pediram o PDV. Na época, o secretário Paulo Ivan informou ao jornal Diário do Povo que não sabia nem onde os servidores seriam lotados, pois trabalhavam em órgãos já extintos.
A mesma coisa deve acontecer agora. O governo Wilson Martins acaba de reintegrar mais 81 servidores estaduais que tinham pedido demissão no governo Mão Santa. Muitos alegaram que foram coagidos a pedir demissão.
São servidores de várias secretarias e de órgãos já extintos como a CODERPI. A maior parte dos readmitidos são da Secretaria de Saúde e da Secretaria de Educação, 39 ao todo.
A defesa dos pedevistas em Brasília, junto ao Supremo Tribunal Federal, foi conduzida pelo hoje deputado federal, Hugo Napoleão.
A decisão para reintegrar os servidores foi em agosto do ano passado, mas, somente agora foi cumprida pelo Governo do Piauí, conforme decreto publicado no último dia 02 de abril.