Justiça manda soltar um dos 159 presos na operação contra milícia
A Justiça do Rio determinou no fim da tarde desta quinta-feira (18) que seja solto o artista circense Pablo Dias Bessa Martins, o Pablo Prynce. O rapaz foi preso no dia 7 deste mês durante uma operação da polícia que levou para a cadeia mais de 140 pessoas que, a princípio, eram suspeitas de envolvimento com milícia que atua na Zona Oeste do Rio.
Justiça determina que artista circense preso em operação contra milícia seja solto — Foto: Reprodução Facebook
O juiz Eduardo Marques Hablitschek, da 2ª Vara Criminal Regional de Santa Cruz, aceitou pedido da defesa e revogou a prisão de Pablo, que agora irá responder o processo em liberdade. O tribunal já determinou que fosse expedido alvará de soltura para o rapaz.
Na decisão, o magistrado reconhece que há documentos suficientes que comprovam que Pablo passa a maior parte da vida fora do país. Levando isso e outros fatores em conta, o juiz destaca ser "frágil" os laços do artista com a "terra natal" e de "suposto envolvimento em atividade criminosa".
Mais de 100 suspeitos de integrar grupo de milicianos são presos em operação na Zona Oeste do Rio — Foto: Divulgação
"Diante do conjunto fático trazido aos autos, entendo não estarem presentes os requisitos autorizadores da custódia preventiva do investigado, eis que nada há, até o momento, a demonstrar a necessidade da prisão para garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal", escreveu Hablitschek.
Nas alegações feitas à Justiça, a defesa de Pablo argumentou que o artista não tem antecedentes criminais, tem vínculo profissional e presta serviços com a empresa "Up Leon Entertainment". Além disso, também foi ressaltado que Pablo viajará a trabalho no próximo dia 24, para Estocolmo, capital da Suécia.
O despacho também cita outros 159 presos na operação que a polícia classificou como a maior ação contra a milícia já realizada no Rio de Janeiro. O juiz diz na decisão que a situação processual de cada um dos outros presos "será analisada caso a caso, como determina a lei".
A Defensoria Pública estadual divulgou uma nota nesta quarta-feira (17) informando ter recebido um documento da Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), vinculada à Secretaria estadual de Segurança, em que a unidade esclarece que do total de presos, 139 não eram investigadas por associação a milícias.