O preso - detido durante uma ação contra a milícia de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio - tem deficiência mental, segundo a família. A Seap diz que o paciente não faz uso de medicamentos e acrescenta que até o momento, não recebeu por parte da Justiça nenhum expediente formal sobre a necessidade de realização de exame de avaliação psiquiátrica.

A Defensoria Pública se queixa da demora na avaliação psiquiátrica. O subcoordenador de Defesa Criminal da Defensoria Pública do Rio, Ricardo André, disse que Renato é diagnosticado com “retardo mental leve” por uma Clínica da Família.

“Eu recebi a informação de que o Renato, embora não seja paciente de Caps [Centro de Atenção Psicossocial], ele fazia um acompanhamento em Clínica da Família. O quadro dele é classificado como CID XF70.9, que é diagnosticado como retardo mental leve”, disse Ricardo André.

A Defensoria Pública disse ainda que irá reiterar o pedido de liberdade do detento após receber o laudo da avaliação clínica pela qual Renato Moraes Junior foi submetido nesta terça.

“Ele trabalha, se organiza bem e não tem indicação de medicamentos. Recebi essa informação de uma diretora de um Centro de Saúde. Não me surpreende a falta de uso de remédios, mas me surpreende a afirmação sobre o perfeito estado de saúde. A gente mesmo viu a dificuldade que o Renato tinha de entender as pessoas e se comunicar”, disse Ricardo.

“Houve uma determinação judicial para que seja feita uma avaliação psiquiátrica dele. Quando a gente conseguir esse documento[avaliação feito pela Seap], vou reiterar o pedido de liberdade já feito em Santa Cruz. Toda essa demora é prejudicial para quem está lá preso”, completou.

A Seap informou que o exame clínico foi realizado no Complexo de Gericinó para determinar se ele se encontra na unidade prisional adequada e se precisa usar algum medicamento. De acordo com a Subsecretaria de Tratamento Penitenciário, ficou constatado que ele goza de perfeitas condições de saúde e que não faz uso de medicamentos.

O Ministério Público pediu uma avaliação psicológica de Renato da Silva Moraes, um dos 159 presos em uma operação da Polícia Civil do Rio contra milicianos, em uma festa em um sítio na Zona Oeste.

A Justiça aceitou o pedido, mas ainda não há data definida para o procedimento. Renato mora com os pais em Santa Cruz. A família diz que o rapaz tem problemas de aprendizado e, aos 23 anos, mal sabe ler e escrever o próprio nome.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que não recebeu por parte da Justiça nenhum pedido formal sobre a necessidade de realização de exame de avaliação psiquiátrica para o interno Renato da Silva Moraes Junior.