Badis ibne Almançor

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Badis ibne Almançor
Emir zírida
Reinado março de 996 - 1016
Antecessor(a) Almançor ibne Bologuine
Sucessor(a) Almuiz ibne Badis
 
Morte abril de 1016
Descendência Almuiz ibne Badis
Casa zírida
Pai Almançor ibne Bologuine
Religião Islamismo

Badis ibne Almançor (em árabe: باديس بن المنصور; romaniz.:Badis ibn al-Mansur) foi emir do Reino Zírida da Ifríquia e Magrebe Central e bisneto do fundador da dinastia zírida, Ziri. Governou entre 996, em sucessão de seu pai Almançor, e 1016, quando faleceu e seu filho Almuiz o sucedeu. Segundo uma das fontes árabes, Badis também era conhecido como Abul Manade Nácer Adaulá.[1]

Vida[editar | editar código-fonte]

Ruínas do Alcalá dos Banu Hamade

Badis era filho de Almançor (r. 984–996), o segundo emir do Reino Zírida. Seu pai faleceu em 995 ou mais certamente em março de 996.[2][3] Logo que ascendeu, confiou o governo de Tierte a seu tio Ituefete e enviou-o com o irmão dele Hamade contra os zenetas, mas foram derrotados e voltaram a Achir. Em 999, Badis atacou o zeneta Ziri ibne Atia, que invadiu os territórios zíridas e foi obrigado a voltar ao Magrebe, e confiou o governo conjunto de Tierte e Achir a Ituefete. Tal nomeação causou a revolta de seus tios Macsane, Zaui, Halal, Maganine, Areme e Abul Biar. Ituefete logo conseguiu escapar e Abul Biar dirigiu-se a Badis para se desculpar por sua participação na conspiração. Como Badis estava ocupado combatendo Fulful ibne Saíde, confiou a supressão da revolta a Hamade, que venceu-a em 1001. Em seguida, Badis chamou Hamade para Cairuão, a capital zírida, para apoiá-lo na guerra contra Fulful.[4]

Assim que Hamade partiu, os zenetas começaram a devastar as províncias zíridas e interceptar caravanas em Massila e Achir. Badis enviou Hamade contra eles, e em 1004/1005 o seguiu. Após chegarem em Tijiste, Hamade subjugou o Magrebe, puniu os zenetas e fundou o Alcalá dos Banu Hamade (1007-1008). Querendo testar a fidelidade do tio, Badis o convidou a se desfazer dos governos de Tijiste e Constantina e Hamade se recusou e declarou revolta aberta. Ibraim, irmão de Hamade, foi enviado por Badis contra ele, mas decidiu apoiar a revolta. Badis marchou em pessoa, e ao alcançar o Chelife, atraiu algumas tropas rebeldes sob sua bandeira. Obteve a submissão de Tujine e encheu de presentes seus emires Atia ibne Dafletene, cujo pai foi morto por Hamade, e Iader ibne Locmane ibne Almutaz. Após acampar sucessivamente à beira de Uacel, em Seressu e no monte Guezul, Badis forçou Hamade a voltar para Alcalá, que foi cercada. Badis morreu subitamente enquanto dormia em sua tenda junto de seus companheiros em abril de 1016 e de imediato os sitiantes retornaram à capital, levando consigo o corpo do emir.[5] Badis foi sucedido por seu filho Almuiz.[6]

Referências

  1. ibne Caldune 1854, p. 16, nota 2.
  2. ibne Caldune 1854, p. 16.
  3. Tibi 2002, p. 514.
  4. ibne Caldune 1854, p. 16-17.
  5. ibne Caldune 1854, p. 17-18.
  6. ibne Caldune 1854, p. 18.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ibne Caldune (1854). Histoire des Berbères et des dynasties musulmanes de l'Afrique Septentrionale Vol. 2. Traduzido por Slane, William Mac Guckin. Paris: Imprensa do Governo 
  • Tibi, Amin (2002). «Zirids». In: Bearman, P. J.; Bianquis, Thierry; Bosworth, C.E.; Donzel, E. van; Heinrichs, W. P. The Encyclopaedia of Islam Vol. XI W-Z. Leida: Brill