Um dos princípios fundadores do Intercept é que a denúncia é vital para responsabilizar instituições de poder. O começo da nossa história está, em parte, relacionado às revelações feitas por Edward Snowden sobre espionagem digital ao redor do mundo. Por isso, estamos muito comprometidos com a publicação de reportagens baseadas em informações confidenciais, relevantes e de interesse público.

Então, tanto no setor público quanto no privado, se você ficar sabendo de qualquer comportamento que acredita ser antiético, ilegal ou prejudicial ao interesse público, considere compartilhar suas informações conosco de forma segura.

Nossos repórteres trabalham junto com especialistas em segurança digital e advogados para minimizar o risco de exposição nas apurações mais sensíveis. Se você quer nos contar algo ou nos enviar algum tipo de documento ou informação, siga as nossas orientações para se comunicar de forma segura com os repórteres do Intercept. O canal a ser usado depende de suas circunstâncias pessoais, do tipo de informação a ser compartilhada e do nível de risco envolvido.

SIGNAL

Outra ótima opção para compartilhar informações é entrar em contato conosco pelo Signal, uma app de mensagens de texto e de áudio parecido com o WhatsApp – mas mais seguro. Você pode baixar o Signal para Android ou iPhone.

Usar o Signal para nos contatar é bem fácil. Veja como:

Abra o Signal e toque no ícone da caneta (no canto superior direito no iPhone, e na parte inferior direita no Android) para iniciar uma nova mensagem. Digite nosso número de telefone — (21) 97672-8175 — na caixa de pesquisa. Em seguida, você pode nos enviar uma mensagem criptografada via Signal. Checamos as mensagens uma vez por dia, de segunda a sexta.

É bom que você tome alguns cuidados – por exemplo, deixar o seu telefone sempre bloqueado e configurar o Signal para não exibir o conteúdo das mensagens na tela inicial. Neste guia tem outras dicas para garantir a sua segurança enquanto usar o aplicativo.

Se você usar seu celular para nos enviar uma mensagem ou nos ligar pelo Signal, nós saberemos seu número de telefone. É sempre melhor para o nosso processo de reportagem saber a identidade da fonte, mas podemos mantê-la confidencial. O Signal também saberá que você nos contatou, mas esses metadados não ficam registrados.

Você também pode usar o mesmo número para entrar em contato via WhatsApp, mas a nossa indicação é o Signal.

E-MAIL 

Se você não tem motivos para se preocupar em revelar sua identidade, pode entrar em contato com nossos jornalistas por e-mail. Isso pode ser feito individualmente ou no e-mail [email protected]. Se desejar, você também pode enviar seu e-mail usando criptografia PGP (o e-mail e a chave pública PGP de cada jornalista é informada na página de perfil da equipe – mas tenha em mente que ainda haverá metadados, porque seu servidor de e-mail registrará a troca.

CORREIO 

Se você não quiser se comunicar conosco de forma recíproca, pode optar por nos enviar suas informações pelos Correios.

Lembre-se, no entanto, que os Correios têm acesso a tudo que é enviado. Por isso, procure fazer a postagem em uma caixa de coleta disposta em local público dos Correios ou a partir de uma agência que não seja próxima de sua casa ou do seu trabalho. Faça o envio na modalidade Carta Simples, que não exige a identificação do remetente.

Lembre-se que, analisando os pacotes, investigadores podem ter acesso a evidências sobre sua identidade, como amostras de sua letra ou até mesmo suas impressões digitais, antes que seu pacote chegue até nós.

Além disso, informações contidas em papéis impressos também podem revelar a origem deles (algumas impressoras imprimem pontos de rastreamento justamente para ajudar a identificar a origem dos documentos).

Envie cartas ou pacotes para:

Caixa Postal 15.120
Rua das Marrecas, 48
Centro, Rio de Janeiro, RJ
CEP: 20031-120

O que não fazer se você quiser permanecer anônimo

Se você corre risco de punição por ter vazado um documento ou informação, é importante seguir esses cuidados para que sua identidade permaneça em sigilo.

Não entre em contato conosco em um computador ou rede do trabalho. A maioria das redes corporativas e governamentais registra o tráfego virtual. Mesmo se você estiver usando o Tor, ser o único usuário do Tor no trabalho pode fazer com que você se destaque.

Não nos envie e-mails, não ligue para nós e não entre em contato conosco nas redes sociais. Do ponto de vista de alguém investigando um vazamento de informações, o histórico de mensagens é tudo o que é preciso para fazer de você um dos principais suspeitos.

Não diga a ninguém que você é uma fonte.

Outros pontos a considerar

Antes de decidir levar sua história para um jornalista, pode ser interessante consultar um advogado para entender melhor suas opções e seus riscos. Se fizer isso, tome cuidado para não deixar nenhum detalhe registrado em e-mails e tente discutir tudo pessoalmente.

Se você está considerando nos fornecer documentos especialmente delicados, leve em consideração estas dicas adicionais:

Fique alerta a seus hábitos. Se você teve acesso a informações sigilosas que foram publicadas, suas atividades na internet possivelmente serão monitoradas, incluindo quais sites você visitou ou compartilhou nas redes sociais (como o Intercept). Investigadores também podem examinar os registros de sua atividade em redes internas em seu local de trabalho. Certifique-se de que você está ciente disso antes de nos enviar informações e ajuste seus hábitos conforme necessário bem antes de decidir se tornar nossa fonte. Ferramentas como o Tor (veja acima) podem ajudar a proteger o anonimato de sua navegação.

Separe as coisas. Mantenha sua denúncia o mais longe possível do resto de suas atividades. Não use suas contas normais, isto é, as que já estão conectadas a você. Em vez disso, crie novas contas para essa finalidade e não faça login usando essas novas contas em redes nas quais você normalmente se conecta.

Faça uma limpeza. Certifique-se de limpar seus registros o melhor que puder. Evite deixar rastros relacionados a denúncias em seu computador pessoal ou profissional (na sua pasta Documentos, no histórico do seu navegador etc.). Se você perceber que fez uma pesquisa no Google relacionada a denúncias enquanto estava conectado à sua conta do Google, exclua seu histórico de pesquisa. Considere manter todos os arquivos relacionados em um dispositivo USB criptografado em vez de armazená-los em seu computador e conecte-o somente quando precisar trabalhar com eles.

O ideal é usar um computador ou sistema operacional completamente separado para sua atividade de denúncia, de modo que uma verificação forense em seu computador padrão não revele nada. Mesmo se você estiver usando o navegador Tor, por exemplo, caso alguém invada seu computador, será possível espionar tudo o que você faz. O Tails é um sistema operacional separado que você pode instalar em um dispositivo USB e inicializar no computador. Ele é projetado para não deixar rastros. Ele não é intuitivo de usar, mas se você está se arriscando muito, provavelmente vale o esforço. Você poderá encontrar instruções para baixar e instalar o Tails aqui.

É importante entender que nenhum método de comunicação é totalmente seguro. Tornar-se uma fonte envolve riscos mas, às vezes, é a coisa certa a fazer. Os riscos podem ser reduzidos se você for cuidadoso.

Atualizado em 1 de abril de 2023